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LOS GUANTES MÁGICOS, Martín Rejtman

Ficção, 2004, 90’

​O universo deste filme inclui, relê e consolida os filmes anteriores de Martín Rejtman. porque é composto por uma sucessão de acções que desencadeiam o percurso do protagonista e determinam a atmosfera cómica, às vezes absurda e agridoce. Alejandro tem cerca de trinta e cinco anos e é chofer de um carro de aluguer. Encontramo-lo num dos trajectos onde conhece o irmão de um ex-colega e o resto é um itinerário complementar dramático pontuado por algumas paragens. Conta o realizador que preocupa-me como nasce e onde se pode deter uma história. Um apartamento emprestado e um regresso a casa, uma hospedeira, alguém que já foi ao Brasil e um passeador de cães, as luvas mágicas. Uma viagem madura e destemida, para fazer sem mapa.

> Locarno 2004

Realização Martín Rejtman | Argumento Martín Rejtman | Fotografia José Luis García | Montagem Rosario Suárez | Som Guido Beremblun | Interpretação Gabriel Fernández Capello (Vicentico), Valeria Bertuccelli, Fabián Arenillas, Susana Pampin, Cecilia Biagini, Diego Olivera, Leonardo Azamor | Produção Martín Rejtman, Hernán Masaluppi, Rizoma Films 

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DEAR RENZO, Francisco Lezama e Agostina Gálvez

Ficção, 2016, 19’

Dois amigos percorrem as ruas de Nova Iorque onde habitam um labirinto que passa por cambio de moeda, problemas de tradução, pela vocação religiosa e alguns flirts na calada da noite. Gálvez e Lezama, depois de La Novia de Frankenstein (AR 2016) “do it again” e o resultado é outro trabalho notável.

Realização Francisco Lezama, Agostina Gálvez | Argumento Francisco Lezama | Fotografia Christopher Messina | Montagem Agostina Gálvez | Som Pierre-Henri Bazin | Interpretação Renzo Cozza, Miel Bargman, Laila Maltz, Stephen Gurewitz, David Maloney | Produção Bingham Bryant, Cochin Moon, All Expanded, Un Puma Cine, VAIVEM

 

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RAPADO, Martín Rejtman

Ficção, 1995, 75’

Rapado foi um dos filmes precursores do Nuevo Cine Argentino que nasce naquele deserto de utopias que foi a década de 90, e que instaurou um ritmo novo, visual e narrativo. É também a primeira longa de Rejtman e marca o início desta poética própria que descasca a artificialidade da classe média que vive noites longas e vidas curtas. Estreou em Rotterdam e em Locarno em 1992 mas só em 1996 na Argentina. Diz Rejtman: deixei o tempo passar e ainda bem (…) não podia ouvir como se falava no cinema argentino, não podia mostrar lugares como se mostravam. Roubam a mota, o dinheiro e as sapatilhas ao Lúcio. Ele rapa o cabelo e vai tentar roubar uma mota parecida. Pelo caminho, videogames, cassetes, encontros fortuitos, uma profunda solidão e, aqui e ali, os sinais dos tempos.

> Locarno 1992

Realização Martín Rejtman | Argumento Martín Rejtman | Fotografia José Luis García | Montagem Garry Lane | Som Gabriel Coll Barberis, Javier Salinas | Interpretação Ezequiel Cavia, Damián Dreizik, Mirta Busnelli, Horacio Peña, Lucas Marty, Cecilia Biagini, José Glusman, Pichón Baldinu, Verónica Llinás | Produção Martín Rejtman, Aries Cinematográfica Argentina 

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LA VENDEDORA DE FÓSFOROS, Alejo Moguillansky

Ficção, 2017, 71’

Em 2014 o compositor alemão Helmut Lachenmann apresentou a sua versão de A Pequena Vendedora de Fósforos de Hans Christian Andersen no Teatro Colón em Buenos Aires. A partir daqui, Moguillansky lança-nos numa órbita de menções e referências. Um casal portenho e a sua pequena filha, uma cidade em plena greve de transportes, uma orquestra em crise de função pública, uma brilhante pianista (Margarita Fernández), sempre algum humor, um guerrilheiro do exército vermelho alemão e o Au Hasard Balthazar de Robert Bresson a certa altura marca o ritmo. Pouca pausa. Enredos e desventuras várias, um aguçado sentido lúdico e coreográfico e a prova de que El Pampero Cine é uma das mais interessantes produtoras cinematográficas latino-americanas.

> BAFICI 2017

Realização Alejo Moguillansky | Argumento Alejo Moguillansky | Fotografia Inés Duacastella | Montagem Alejo Moguillansky, Walter Jakob | Som Marcos Canosa | Interpretação María Villar, Walter Jakob, Helmut Lachenmann, Margarita Fernández, Cleo Moguillansky | Produção Eugenia Campos Guevara, El Pampero Cine

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MOCHILA DE PLOMO, Darío Mascambroni

Ficção, 2017, 67’

​Depois de Primero Enero (AR 2017), Mascambroni volta com este belíssimo Mochila de Plomo (mochila de chumbo) a filmar em Córdoba, essa província que tem originado alguns dos mais estimulantes títulos do cinema argentino contemporâneo. Tomás tem 12 anos, é inquieto e consciente do mundo que o rodeia, e vive com a mãe. Perdeu o pai há uns anos mas não sabe bem como e, junto ao seu amigo Pinchín e com uma arma na mochila, vai à procura do sentido por detrás de tantos relatos contraditórios e de sucessivos eufemismos. Quase tudo o que nos acontece na adolescência é determinante e, paradoxalmente, é quando menos temos controlo sobre as nossas vidas, diz a propósito do filme este jovem realizador que empunha um pincel maduro no meio do painel humano.

> Berlinale 2018

Realização Darío Mascambroni | Argumento Darío Mascambroni, Miguel Ángel Papalini, Florencia Wehbe | Fotografia Nadir Medina | Montagem Lucía Torres | Som Martín Alaluf | Interpretação Facundo Underwood, Gerardo Pascual, Elisa Gagliano, Agustín Rittano, Osvaldo Wehbe, Rubén Gattino | Produção Fernanda Rocca, Darío Mascambroni

silviaprietoo

SILVIA PRIETO, Martín Rejtman

Ficção, 1999, 92’

​No dia em que faz vinte e sete anos, Silvia Prieto (uma singular Rosario Blesfári) decide mudar a sua vida. Não sabemos quase nada de como era antes e seguimo-la numa cadeia de acções e encontros com uma engenhosa galeria de personagens que, afinal, são familiares. Soltamos pontas atadas e percebemos que quase nada é o que parece. E ainda bem, chama-se “entrega”. Rejtman, com este filme, um dos mais importantes da história do cinema argentino, leva-nos para dentro do seu universo. A multiplicação do eu até desaparecer, o canário que não canta, uns quarenta e oito cafés e vinte garotos, objectos, sempre os objectos, um casaco Armani e o frango cortado em doze partes iguais. Obsessão e detalhes porque por favor, uma mulher é uma mulher, reza Godard citado neste filme.

> Locarno 1999

Realização Martín Rejtman | Argumento Martín Rejtman, Valeria Paván | Fotografia Paula Grandío | Montagem Gustavo Codella | Som Néstor Frenkel, Javier Ntaca, Víctor Tendler | Interpretação Rosario Bléfari, Marcelo Zanelli, Susana Pampin, Gabriel Fernández Capello (Vicentico), Valeria Bertuccelli | Produção Martín Rejtman, Hernán Musaluppi

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ANTES DE IRME, Mariana Sanguinetti

Ficção, 2017, 10’

O ex-namorado da Jimena vive agora onde antes viveram os dois. Ela ainda tem a chave do apartamento e coisas para lhe dizer. Sanguinetti ensaia uma homenagem à intimidade com graça e coração.

Realização Mariana Sanguinetti | Argumento Mariana Sanguinetti | Fotografia Diego Esparza Jiménez | Montagem Sonia Stigliano | Som Diego Tamayo Gutiérrez | Interpretação Agostina Luz López, Daniel Surasky | Produção Sonia Stigliano, Universidad del Cine, VAIVEM

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SOLDADO, Manuel Abramovich

Documentário, 2017, 72’

​Porque é que quer ser militar? Responde o soldado algures no início do filme: Porque preciso de um emprego e para fazer a minha mãe feliz. Abramovich, nesta sua segunda longa-metragem, depois de Solar (AR 2017), entrega-nos, sem concessões e com grande precisão, um retrato perfeitamente equilibrado entre a vulnerabilidade do jovem homem e a rigidez da instituição. Ao som das marchas militares, a câmara fecha-se sobre o protagonista, quase sempre em grande plano. Aprende-se a fazer a cama de três maneiras diferentes e a disparar, trabalha-se a rotina. Está-se sozinho. Soldado é tudo isto e é também uma reflexão sobre o significa pertencer ao Exército num país sem guerra, é um ensaio sobre uma mitologia hierárquica sendo que, aqui, finalmente, a pirâmide é invertida.

> Berlinale 2017

Realização Manuel Abramovich | Argumento Manuel Abramovich | Fotografia Manuel Abramovich | Montagem Anita Remón | Som Sofía Straface | Interpretação Juan José González | Produção Gema Juárez Allen, Alejandra Grinschpun, Gema Films, Sake Argentina

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FIORA, Martina Juncadella e Martín Vilela

Documentário, 2017, 17’

Fiora é a avó da Martina e esta curta acontece durante um almoço que é também uma viagem ao passado. Num registo cheio de ternura, amores impossíveis (não) convivem com o período mais negro da história da Argentina.

Realização Martina Juncadella, Martín Vilela | Argumento Martina Juncadella, Martín Vilela | Fotografia Martín Vilela | Montagem Martina Juncadella, Martín Vilela | Interpretação Fiora Vignali, Martina Juncadella | Produção Martina Juncadella, Martín Vilela

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UNA CIUDAD DE PROVINCIA, Rodrigo Moreno

Ficção, 2017, 88’

​Colón, em Entre Ríos, é esta cidade de província. O realizador, através de um notável trabalho de campo, descobre e relata esta forma de vida colectiva, o quotidiano, os ofícios, a espera, os enredos, o ócio, o jogo do “truco”. Um trabalho de montagem exemplar (Martín Mainoli, Ignacio Masllorens e o próprio realizador) constrói a estrutura e impõe o tom, claro e por camadas. Ao fundo, os cães e mais lá ao fundo, o rio.  Um fresco da Argentina interior, bem distante da cosmopolita cidade de Buenos Aires, um filme que se instala e acumula. E que escuta. Um encontro feliz entre o cinema e a realidade. Chegámos a seguir cães vadios até ao infinito como método de trabalho. Não há nada de transcendente aqui e isso é o que torna este lugar único, conta Moreno.

> Rotterdam 2017

Realização Rodrigo Moreno | Argumento Rodrigo Moreno | Fotografia Alejo Maglio | Montagem Martín Mainoli, Rodrigo Moreno, Ignacio Masllorens | Som Catriel Vildosola | Produção Rodrigo Moreno, Agustín Gagliardi, Compañía Amateur, Capataz Cine

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COPACABANA, Martín Rejtman

Documentário, 2007, 56’

​Nesta sua primeira incursão no documentário, Rejtman acompanha e regista a comunidade boliviana no bairro de Charrúa, periferia de Buenos Aires, nas festas em honra da Nossa Senhora de Copacabana. Esta é uma celebração anual que transcende a própria religião, tal como este trabalho transcende o seu próprio género e instala-se, também ele, na periferia do olhar. Quieto e atento, com uma enorme elegância e sentido diegético, o realizador entrega histórias que duram o que dura o ensaio de um baile. E filma a alegria, a devoção, as excepções e os quotidianos, a câmara instala-se aí com um profundo respeito e um fascínio discreto mas consequente. Nas suas palavras, deixei-me levar pelo prazer da contemplação, e o resultado é este trabalho potente e luminoso.

> Locarno 2007

Realização Martín Rejtman | Argumento Martín Rejtman | Fotografia Diego Poleri | Montagem Martín Mainoli | Som Jesica Suárez | Produção Martín Rejtman, Ruda Cine, Ciudad Abierta, Morocha Films 

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IAN, Abel Goldfarb

Animação, 2017, 8’

Ian é o menino de nove anos com paralisia cerebral que deu origem a esta curta de animação. Este trabalho foi criado em colaboração com a Fundação Ian e põe o foco sobre a inclusão social das pessoas com incapacidades neurológicas e motrizes. Criada a meias em stop motion (com materiais encontrados no lixo) e em 3D.

Realização Abel Goldfarb | Argumento Gaston Gorali | Fotografia Juan Elías | Montagem Abel Goldfarb | Som José Luis Díaz | Produção Juan José Campanella, Roberto Schroder, Fundación IAN, Mundoloco

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INVISIBLE, Pablo Giorgelli

Ficção, 2017, 87’

​Ely é uma adolescente que vive com a mãe, com quem mantém uma relação distante. Estuda, trabalha e vive uma rotina monótona num subúrbio de Buenos Aires. Um dia descobre que está grávida de um homem mais velho e casado. Diz o realizador que o meu filme tem principalmente a ver com a solidão e o desamparo, com a procura da identidade numa etapa determinante como é a adolescência. A questão da gravidez e a possibilidade do aborto aparecem depois e são o pano de fundo de um filme onde se gritam silêncios porque se emudecem quotidianos. Na Argentina, como em todos os países da América Latina, o aborto é ilegal -ainda que, claro, se faça na mesma e de muitas maneiras, para todos os bolsos- e a sociedade vive nessa hipocrisia. Giorgelli compõe um retrato íntimo e urgente, bem visível e sem golpes baixos.

> Veneza 2017

Realização Pablo Giorgelli | Argumento Pablo Giorgelli, María Laura Gargarella | Fotografia Diego Poleri | Montagem María Astrauskas | Som Edson Secco, Martín Litmanovich | Interpretação Mora Arenillas, Mara Bestelli, Diego Cremonesi, Agustina Fernández, Paula Fernández Mbarak, Jorge Waldhorn | Produção Juan Pablo Miller, Ariel Rotter, Tarea Fina, Aire Cine

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ENTRENAMIENTO ELEMENTAL PARA ACTORES, Martín Rejtman

Ficção, 2009, 52’

​Rejtman trabalha pela primeira vez em colaboração e junta-se a um encenador, também ele um detalhista, Federico León. A premissa era pensar o ensino artístico, mais precisamente a interpretação, uma encomenda do canal de televisão público que, finalmente, nunca chegou a ir para o ar. Sérgio é um professor-guru que ensina máximas e técnicas para actores. Cada palavra que diz é um eco de academias e instituições de ensino da arte dramática. Desconcerta e, logo, acerta porque ser actor é um trabalho por andares construídos sobre um rés-do-chão emocional muito mais profundo do que às vezes pode parecer. A genialidade deste pequeno mas assertivo trabalho é que os seus alunos são crianças de oito a doze anos, uma tamanha descompostura cheia de graça.

> KunstenFestivalDesArts 2009

Realização Martín Rejtman, Federico León | Argumento Martín Rejtman, Federico León | Fotografia Gustavo Nakamura | Montagem Karina Flomenbaum | Som Catriel Vildosola | Interpretação Agustín Prieto, Candelaria Toria, Carlos Portaluppi, Fabián Arenillas, Julián Zuker, Lourdes Reynoso, Luca Damperat, Luis Sichel, Matías Delgado Rizzi, Melanie Guignant, Micaela Vega, Milena Psevosnik, Paula Egdechman, Ulises Bercovich | Produção Martín Rejtman, Federico León, Violeta Bava

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NOSOTROS SOLOS, Mateo Bendesky

Ficção, 2017, 16’

A Débora e o Facundo são irmãos inseparáveis. Ela tem onze anos e é surda, ele tem dezoito e custa-lhe vê-la crescer. Bendesky propõe, com grande sobriedade, uma possibilidade que mudará para sempre a dinâmica entre os dois.

Realização Mateo Bendesky | Argumento Mateo Bendesky | Fotografia Roman Kasseroller | Montagem Ana Godoy | Som Santiago Fumagalli | Interpretação Vicente Correa, Lucrecia Garrido, Mónica Raiola, Claudio Rangnau | Produção Mateo Bendesky, Florencia Clérico

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EL AUGE DEL HUMANO, Eduardo Williams

Ficção, 2016, 97’

Três rapazes abrem o seu campo de possibilidades, procuram conexão e há um mistério que os une: são humanos. Este primeiro filme de Williams -depois de um exemplar percurso nas curtas- escapa a sinopses descritivas. Aqui a trama entrecruza-se e desvia-se. O olhar é híbrido, acompanhado e dividido em partes pelas texturas da imagem, filmada com três câmaras diferentes. É um filme vertiginoso, existencialista. Não há um fio condutor e voa-se da Argentina às Filipinas passando por Moçambique, porque esta é, também, uma história de viagens sem rumo definido mas com os pés bem assentes no chão. A forma tem um sentido, está unida ao conteúdo, diz este jovem realizador que nos entrega um dos mais agudos olhares do cinema argentino.

> Locarno 2017

Realização Eduardo Williams | Argumento Eduardo Williams | Fotografia Joaquín Neira, Eduardo Williams, Julien Guillery | Montagem Alice Furtado, Eduardo Williams | Som Milton Rodríguez, Roy Llanes Roncales, Pedro Marinho, Joseph Dennis Asunción Gagarin | Interpretação Sergio Morosini, Shine Marx, Domingos Marengula, Chai Fonacier, Irene Doliente Paña | Produção Violeta Bava, V. Marotta, Rosa Martínez Rivero, J. Quevedo, R. Teixeira

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DOS DISPAROS, Martín Rejtman

Ficção, 2014, 104’

​Literalmente, dois disparos desencadeiam esta história. Uma madrugada, Mariano, um adolescente de 17 anos, encontra um revólver em casa e, sem pensar, aponta a arma e dispara duas vezes. Sobrevive. Ninguém está desesperado nem antes nem depois desta ação. No entanto, a sua mãe, uma advogada de férias, o seu irmão técnico de informática, a rapariga que conhece, o quarteto de flauta e uns companheiros de viagem à costa atlântica, digamos que na sua plena normalidade, não estarão. As acções de todas as personagens constroem o ambiente sem que seja preciso explicar alguma coisa. Rejtman entrega-nos um delicioso melodrama que vai absorvendo pouco a pouco esse humor absurdo e elegante, tão particular do realizador.

> Locarno 2014

Realização Martín Rejtman | Argumento Martín Rejtman | Fotografia Lucio Bonelli | Montagem Martín Mainoli | Som Diego Martínez Rivero, David Miranda Hardy | Interpretação Rafael Federman, Susana Pampín, Benjamín Coelho, Camila Fabbri, Manuela Martelli, María Inés Sancerni, Walter Jakob, Laura Paredes, Eleonora Capobianco, Daniela Pal, Fabián Arenillas, Claudia Cantero, Mariel Fernández, Fernando Contigiani García | Produção Violeta Bava, Bruno Bettati, Christoph Friedel, Jan van der Zanden, Ilse Hughan, Ruda Cine, Jirafa Films, Pandora Films, Waterland, Fortuna Films

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LAS CINÉPHILAS, María Álvarez

Documentário, 2017, 81’

Interessa-me o mundo interior, é isso que te pode salvar na velhice, diz a realizadora a propósito deste filme enternecedor sobre o passar do tempo, sobre a cinefilia. Álvarez acompanha seis mulheres reformadas em três países diferentes, Argentina, Espanha e Uruguai, que partilham um amor imenso pelo cinema. Através de conversas, confissões, deambulações por Montevidéu, à varanda num lusco-fusco de Madrid, ao atravessar uma rua em Buenos Aires ou numa corrida para chegar à sala durante o festival de Mar del Plata, sabemos mais sobre estas mulheres que nos falam, por exemplo, sobre Bergman ou que procuram o tempo perdido de Proust. A câmara é, em todos os momentos, respeitadora e cúmplice e elas, agora também elas, tal como as estrelas de cinema que todas as tardes visitam, perdurarão.

> Locarno 2017

Realização María Álvarez | Argumento María Álvarez | Fotografia Tirso Díaz-Jares Rueda | Montagem María Álvarez | Interpretação Paloma Diez-Picasso, Chelo Domínguez, Estela Clavería, Norma Bárbaro, Lucía Aguirre | Produção Tirso Díaz-Jares Rueda, María Álvarez

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